domingo, 21 de março de 2010

Capra: Empresário da noite



Com dinheiro no banco e um sócio disposto a buscar novos empreendimentos, Capra comprou de uma alemã a única boate que havia na Cidade Livre. Batizou de Olga’s Bar. Vinte e um dias depois a boate seria consumida por um grande incêndio que acabou com boa parte da Cidade Livre. Foi no governo de Jânio Quadros, época em que as obras em Brasília foram suspensas e muita gente faliu.

O desastre, no entanto, não desanimou Capra. Junto com um amigo, pegou o Sinca Chambord rumo ao Rio de Janeiro. Planejava buscar um trabalho alternativo por lá. Mas o período não era de sorte. O carro capotou em uma curva e foi vendido como ferro velho. Com esse dinheiro, Capra voltou a Brasília e começou uma nova obra. Recebeu uma serralheria como pagamento, era 1962, e assim deu início a um novo empreendimento.

O italiano também trabalhou com Athos Bulcão, fixando os famosos azulejos do artista. E conheceu o arquiteto Oscar Niemeyer, “que era muito exigente”. Capra conta até hoje, com um gostinho especial, o dia em que percebeu um erro no traçado do arquiteto: “era a entrada de uma garagem, estava tão baixa que um carro não poderia passar ali”. O arquiteto Lúcio Costa, lembra Capra, era tranqüilo. Chegava com as plantas e ia falar direto com os engenheiros. Também recorda as conversas informais com o presidente Juscelino Kubitschek. “JK andava pelas ruas e conversava com todo o mundo”. O último trabalho que Capra realizou em Brasília foi como decorador de interiores para dois empresários. Teresio Capra fará 82 anos no dia 17 de maio.

Saiba mais sobre Lúcio Costa


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