sábado, 9 de janeiro de 2010

Niemeyer desiste de ser candidato

O arquiteto de Brasília, Oscar Niemeyer, quase teve uma carreira política. Quase, porque resistiu ao convite feito pelo então governador do Distrito Federal José Aparecido e desistiu da empreitada antes mesmo de iniciá-la.

Leia a carta enviada por Niemeyer ao governador:

“Prezado amigo José Aparecido

Hoje, ainda deitado, madrugada e tudo escuro, fiquei a pensar nos meus problemas e nessa ameaça de candidatura que você tão generosamente propõe.

Lembrava-me da primeira carta que lhe escrevi e dos argumentos apresentados. Razões de tempo, idade, trabalho, convicção política etc. Problemas que nesses sete dias passados em Brasília se converteram em um exemplo irrefutável da impossibilidade de atender outras atividades além das que, como afirmei, me absorvem inteiramente.

E lembrar como trabalhei esta semana! Primeiro o projeto do teatro de Taguatinga. Um tema simples mas que exigia solução econômica, atualizada e uma certa originalidade capaz de comover aquela pobre gente; depois, a sede do PMDB, localizada em terreno exíguo, relembrando, por isso mesmo, um espaço arquitetônico mais trabalhado, o plenário da Câmara dos Deputados, um projeto que me prendeu três noites seguidas, debruçado em prancheta, entusiasmado com a solução encontrada, criando um espaço privativo para os deputados e um novo recinto com capacidade para 800 congressistas”.

E Niemeyer segue enumerando a quantidade de trabalho que tem para se desculpar diante de Zé Aparecido e desistir da candidatura ao Senado. A carta é de 1986, um ano antes ele havia transferido o título eleitoral do Rio de Janeiro para Brasília.

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