sábado, 17 de outubro de 2009

A professora de alfabetização Celita

Celita empresta seu nome para um restaurante na turística cidade de Pirenópolis (GO), além de sua imagem. Na parede do estabelecimento está o seu retrato: jovem morena de paletó, linda e com um sorriso de Monalisa. A dona do nome que batiza o restaurante é a professora de alfabetização Celita de Souza Lôbo Mendes, 77 anos, que chegou em Brasília em 1958, junto com o marido, pastor da Igreja Metodista, Antônio Margarido Mendes.

Instalaram-se na Terceira Avenida do Núcleo Bandeirante com os filhos Humberto, com pouco mais de dois anos, e Glicínia, com um aninho. A casa era de madeira pintada de verde e com as janelas brancas. Depois nasceram Heverton- sócio do restaurante em Pirenópolis, Gláucia, Gilka, Holney e Gislene.

A enfermeira Cacilda Rosa Bertoni, também metodista, ficou alguns meses na casa de Celita até construir a sua, na Segunda Avenida, 1.105, também no Núcleo. Foi ela quem socorreu Humberto quando ele caiu em um poço e levou mais de 20 pontos na cabeça. O menino foi atendido no Hospital de Base de Brasília, que ainda não havia sido inaugurado.

Celita lembra dos primeiros dias no Núcleo: “ não tinha água encanada nem luz elétrica. Buscávamos a água em latas, num córrego”. Logo o marido mandaria furar um poço. A água veio em abundância e pode abastecer, além da casa da família, a dos vizinhos.

“Ele deu sete passos e disse: pude furar aqui. E a água jorrou”. Recorda Celita e explica que o número sete é bíblico, por isto os sete passos do pastor. E acrescenta: “Eu acompanhava o meu esposo para onde ele fosse, foi assim que aprendi a gostar de futebol”.

Viúva e vítima de um AVC, hoje Celita mora com a filha Glicínia, maestrina, em uma casa à beira do Lago Paranoá.  E é ela quem lembra: “o Natal de 2001 eu e meu esposo viemos de Goiânia para passar com a Glicínia, e ele disse- ‘meu bem, o dia em que eu faltar, quero que você more com a Glicínia”. Logo depois o pastor faleceu e Celita cumpriu com a sua vontade.

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