quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Aguardando o coronel Affonso Heliodoro dos Santos

Todos escrevem ao coronel

O coronel Affonso Heliodoro dos Santos conheceu Juscelino Kubitschek ainda menino. Ele foi aluno de dona Júlia, mãe de JK. Na década de 30 começou a trabalhar ao lado daquele que viria a ser o presidente Bossa Nova. Naquele tempo, Affonso servia no Hospital do Exército, onde JK era médico. A partir de então formaram uma parceria que se estendeu até a trágica morte do presidente em 1976. Coube ao coronel a iniciativa de zelar pelo Memorial Juscelino Kubitschek, erguido em 1983, o que fez até 1996. Agora, preside o Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal. Aos 93 anos de idade, dá expediente no local todas as tardes.

Cabe a sua secretária, Agnês, a tarefa de ler os e-mails que são enviados ao coronel e selecionar os compromissos que considera mais importantes. É por esse critério que estamos aguardando uma conversa com o coronel para o dia 24 de setembro, quinta-feira, às 16 horas. Nosso objetivo é ter acesso às inúmeras cartas trocadas entre o coronel e JK- e também com dona Sarah, que conferem humanidade à história de Brasília. Adoentado, explica Agnês, o coronel não pode ter uma agenda pesada, os compromissos devem ser distribuídos ao longo dos dias para não cansá-lo.

O coronel é um autêntico pioneiro. Participou com JK de todas as etapas da construção de Brasília. Nascido em Diamantina, em 1916, o coronel perdeu cedo o pai, morto em uma diligência em Salinas, onde era delegado, e como JK, foi criado pela mãe.

Entrou para a Polícia Militar de Minas Gerais e, ainda aspirante, encontrava com Juscelino, já prefeito de BH, na casa de dona Júlia. Logo depois de Juscelino assumir o governo de Minas, no início da década de 50, foi chefe do Gabinete Militar e nunca mais se separou de JK.

Acompanhou com Jucelino, ainda governador, a construção do Palácio das Mangabeiras. Na passagem do governo para Bias Fortes, quando JK foi eleito presidente, ficou, a pedido dele, no governo de Minas para conduzir a cerimônia de transferência simbólica da capital para Ouro Preto em 21 abril, numa homenagem a Tiradentes. O evento virou tradição.

Terminada a cerimônia, foi para o Rio de Janeiro, onde assumiu a Terceira Subchefia do Gabinete Civil da Presidência da República, órgão de importância estratégica para JK, ao qual se vinculavam os ministérios da Agricultura, do Trabalho e o Dasp.

Escritor, o coronel tem sete obras publicadas: “De Bolívar a Kubitschek - O despertar da América Latina”, de 2003, “Rua da Glória - História de um menino”, em duas edições de 1994 e 2002, “O Memorial JK - Um monumento e centro de cultura”, de 1996, “Luas de minha caminhada”, de 2001, “JK, exemplo e desafio”, de 2005, também em duas edições, e “O dragão da lua e a ninfa Sirinx”, de 2008. E tem pronta e não publicada a obra “Histórias de JK - Um bate-papo de Diamantina ao Memorial”.

2 comentários:

  1. We had the great pleasure of living next door to Coronel Affonso and his family many years ago and we have lost contact. Could you please help us get in touch? Muito obrigado! Ann Lewis avblewis@comcast.net

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  2. parabens,estou muito feliz por obter essas informações,que sao de tamanha importancia,para nós brasileiros,com relação a essas imformações como se da o relacionamento famíliar de affonso heliodoro?

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